domingo, 13 de abril de 2008

que



Eternamente agora




Tive o ímpeto de declarar


Com tenuidade


Mas contive-me.


Nem tudo pode ser declarado…


Mesmo que camuflado entre as palavras.


Ele que me desvende.


Me descubra.


Me cubra.


Desvende todas minhas ruas


Enquanto tem acesso a elas…


Ele que tente.


Olhe através do véu.


Sinta minha essência.


Que me leve ao céu.


Perdoe a indecência.


Reconheça a inocência.


Descubra minhas mulheres…


O quão podem ser reles.


Que olhe meus cantos…


Pergunte dos meus sonhos.


Dos meus desejos reprimidos…


E pra que cada comprimido.


Porque choro escondido…


Que ele se aprofunde em mim.


Que ele me ame mesmo assim.


Que me queira de qualquer forma


E que sossegue comigo


Eternamente agora.



Pablo Neruda

8 comentários:

BOLG disse...

És tu que escolhes essas cores do texto e a dupla entrelinha?

Rato disse...

nonsense, sem entrelinha e em preto e branco.

"O primeiro me chegou como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia, trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens e as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio, me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada que tocou meu coração
Mas não me negava nada, e assustada, eu disse não
O segundo me chegou como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente tão amarga de tragar
Indagou o meu passado e cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada, e assustada, eu disse não
O terceiro me chegou como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada também nada perguntou
Mal sei como ele se chama mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama e me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro e antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro dentro do meu coração


Maria Bethânia, Teresinha.

Anónimo disse...

depois das palavras do rato só me resta fazer uma coisa: calar-me.
(o neruda não podia ter tido melhor resposta)

Rato disse...

cassamia, grato pelo teu amável comentário. ;)

BOLG disse...

COPY PASTE FEST:

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
E que me deixa louca quando me beija a boca
A minha pele toda fica arrepiada
E me beija com calma e fundo
Até minh'alma se sentir beijada

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que rouba os meus sentidos, viola os meus ouvidos
Com tantos segredos lindos e indecentes
Depois brinca comigo, ri do meu umbigo
E me crava os dentes

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
Que me deixa maluca, quando me roça a nuca
E quase me machuca com a barba mal feita
E de pousar as coxas entre as minhas coxas
Quando ele se deita

O meu amor tem um jeito manso que é só seu
De me fazer rodeios, de me beijar os seios
Me beijar o ventre e me deixar em brasa
Desfruta do meu corpo como se o meu corpo
Fosse a sua casa

Eu sou sua menina, viu? E ele é o meu rapaz
Meu corpo é testemunha do bem que ele me faz.

BOLG disse...

Ah... é do Chico, como se não soubessem.

Rato disse...

bolg, por acaso prefiro o poema cantado pela Maria Bethânia. Não é por nada, soa-me melhor! ;)

nonsense disse...

Bolg: sou sou! tenho muito jeito com a paleta, não tenho? :)-

cassamia: pensei que ias botar-me aqui um também, um de alguém ou um teu! :(

meninos: obrigada pelos dois poemas :))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))