Imagem retirada da internetPergunto-me, tantas vezes, porque se apagam pessoas da nossa vida...apagá-las de uma forma leviana, banal, como se nunca lhes tivéssemos sorrido com cumplicidade...como se nunca as houvéssemos beijado...de língua e tudo!
Já o fiz...mas num tempo remoto...num tempo em que o que se fazia era inconsequente, o valor das coisas era muito pouco ou nenhum...a vida era ali e era tudo...
Agora a vida é aqui e o tempo diminuído pelo stress, toldado pela ansiedade de a viver porque não é só aqui e agora...é aqui, o que foi e o que há-de ser.
E agora tudo tem um valor...o valor que cada um lhe dá. Alguns dão-lhe muito pouco. Eu só digo que lhe dou tudo de mim.
E entristece-me apagar...de borracha branca que é a mais eficaz...coisas que se escreveram a lápis, sem carregar muito para não deixar marca...e lá vou eu ter que rasgar mais um pedaço de papel à força de tanto querer apagar.
O caderno assim fica feio.
2 comentários:
querida nonsense
entre ter um caderno feio, à força de tanto se tentar apagar o que o lápis escreveu ao de leve, ou bem marcadamente, porque não, optar simplesmente por não apagar nada, deixar tudo assim marcado?
só assim se pode depois ler tudo o que foi escrito no nosso caderno. só assim se pode depois recordar: olha aqui escrevi ao de leve, e olha aqui já escrevi bem com força, para que nem a borracha branca, por mais que fosse tentada, conseguisse apagar... porque não optar por ter tudo registrado, de forma a que todos os registos tenham a sua importância e a sua validade?? não aprendemos com absolutamente todos, sempre qualquer coisasinha? porquê então apagá-los e destruir a estética do nosso caderno.
o que será mais marcante?: vermos a tentativa esforçada da borracha branca que por ali passou,a marca da folha rasgada, ou pelo contrário, o registo leve do que não chegou a ser mais carregado?
não apagues.
olha muda a cor do lápis, por exemplo.
todos os registos são muito importantes. mesmo que seja só para nós... mas também, não é o nosso caderno??
então não têm que ser importantes para mais ninguém. quando muito poderá ser uma escrita compartilhada, mas não deixa nunca de ser o nosso caderno.
independentemente de tudo: compreendo-te!
cassamia
A Maria mata e eu esfolo:
Alguém disse um dia que odiava livros bem conservados, que era sinal que não eram lidos.
E depois: quem disse que um caderno mutilado, riscado, rasurado é feio?
Ah, raisparta quem convenceu os homens e as mulheres que na vida tem de se ser virgem e acertar à primeira. E tristes aqueles que nisso acreditaram.
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